Após algum tempo sem inspiração, hoje estava me lembrando de um poema de Álvares de Azedo o qual eu gosto muito. O poema tem como título " Adeus meus sonhos" e traz um tom pessimista e um eco de uma saudade da mocidade, de um tempo que já se foi, de uma alegria acabada e um peito agora vazio.
Ao final do texto, o sujeito lírico após uma interrogação encerra com uma das imagens que muito me admira nesse poema: "Já não vejo no meu peito morto / Um punhado sequer de murchas flores". As flores sempre nos trazem vida, alegria. Mas, por outro lado nos lembram que coisas e sentimentos são perecíveis e as flores podem trazer um cheiro de morte. Um peito morto sem flores murchas, talvez a imagem de um túmulo vazio onde niguém visita a tanto tempo que nem flores murchas podem ser encontradas.
Cuide do seu coração, das suas emoções ainda na sua mocidade. Faça da sua vida um jardim e não espere que alguém traga flores a sua vida. Nos jardins as flores crescem e se multiplicam, mas as flores ofertadas murcharão e deixarão o vazio. Ame-se mesmo que alguém não te ame!!! Como diria o escritor de provérbios 15:13"O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate".
Pense nisso!!!!! E se desejar leia abaixo o poema de Álvares de Azevedo.
“Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!”
“Adeus, meus sonhos!” - Álvares de Azevedo